domingo, 29 de março de 2020

Sono excessivo durante o dia pode indicar risco à saúde dos mais velhos




Segundo novo estudo, idosos que sentem sonolência diurna estariam mais sujeitos a desenvolver câncer, diabetes e doenças cardiovasculares

Idosos que ficam sonolentos durante o dia ou cochilam muito nesse período podem apresentar maior risco de ter câncer, diabetes e doenças cardiovasculares. É o que indica uma pesquisa da Academia Americana de Neurologia, prevista para ser apresentada no próximo encontro anual da entidade – marcado para o mês que vem.

Por meio de entrevistas telefônicas, cientistas analisaram 10 mil indivíduos quanto ao seu estado de saúde e a prevalência da hipersonia – nome técnico da sonolência excessiva mesmo depois de uma noite com sete ou mais horas de sono. Desse total, 34% tinham mais de 65 anos.

Os voluntários foram entrevistados em dois momentos, com três anos de intervalo entre eles. Cerca de 25% dos idosos relataram sentir muito sono, sendo que 41% desses consideravam a sonolência um problema crônico.

Entre essa turma, os pesquisadores descobriram que o perigo de desenvolver diabetes ou pressão alta em três anos era duas vezes maior do que entre aqueles que passavam o dia mais despertos. O risco de câncer e doenças cardíacas também se mostrava mais elevado e em proporção semelhante.

Os resultados se mantiveram mesmo quando fatores de risco para tais doenças e para a sonolência excessiva (como gênero e apneia do sono) foram considerados.

Cabe lembrar que diversos estudos demonstram benefícios para indivíduos (inclusive os mais velhos) que tiram um cochilo à tarde. Mas as vantagens aparecem quando não há exagero. Em geral, 30 minutos são suficientes para descansar e garantir melhorias à saúde.

Sinal de alerta, mas sem pânico

Para o autor do estudo, Maurice M. Ohayon, neurologista da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, os achados sugerem que a sonolência diurna excessiva pode servir de alerta para doenças futuras nos mais velhos. “Prestar atenção no sono dos idosos é capaz de ajudar médicos e familiares a flagrarem mais cedo condições sérias de saúde”, comentou, em comunicado à imprensa.

Mas vale dizer que, embora estatisticamente relevantes, os dados de maior incidência não significaram necessariamente uma prevalência altíssima de doenças entre os dorminhocos.

Dos 840 indivíduos que relataram sentir muito sono de dia, 6,2% desenvolveram diabetes. No grupo mais desperto, essa taxa ficou em 2,9%. Para os tumores, a diferença na incidência foi de 2,4% contra 0,8%.

Mecanismos desconhecidos

O estudo completo ainda será apresentado no futuro. Por isso não é possível especular as explicações fisiológicas por trás da descoberta. Mas se sabe que a sonolência diurna frequentemente está ligada ao descanso de má qualidade à noite, que tem suas próprias repercussões na saúde física.

Outro possível elo é a depressão, mais frequente na terceira idade e responsável tanto pela vontade de dormir o dia todo quanto por um estado inflamatório constante e sistêmico, o que leva a doenças.

É normal que, na terceira idade, bata mais sono durante o dia. Mas, se a situação está exagerada, é preciso procurar orientação médica.



Fonte - Saúde / Abril

Eficácia da Auriculoterapia na Redução de Ansiedade



A ansiedade é uma experiência universal humana e é definida como um sentimento apreensão, tensão e inquietação. De maneira geral, a ansiedade é tida como uma resposta fisiológica natural, mas pode estar relacionada a certos acontecimentos específicos da vida.

A auriculoterapia, ou acupuntura auricular, faz parte de um conjunto de técnicas terapêuticas baseadas nos preceitos da Medicina Tradicional Chinesa (MTC). Acredita-se que tenha sido desenvolvida juntamente com a acupuntura sistêmica que, atualmente, é uma das práticas orientais mais populares em diversos países e tem sido amplamente utilizada na assistência à saúde, nos aspetos preventivos e curativos de muitas enfermidades, isso torna-a uma terapia a considerar como co-adjuvante de outras terapias para aliviar este estado.

A auriculoterapia tem várias formas e materiais de aplicação, inclui agulhas sistêmicas, agulhas intradérmicas, esferas e sementes, sendo estes dois últimos os tipos de tratamento mais utilizados em pessoas com aversão a agulhas, em crianças e idosos.Legenda: pontos auriculares

A auriculoterapia, que é uma forma de tratamento por meio do estímulo de pontos na orelha e atua por reflexos em pontos determinados.

A orelha e a auriculoterapia são mencionadas no mais antigo livro de medicina chinesa, o Clássico de Medicina Interna do Imperador Amarelo, publicado há 2000 anos. O pavilhão auricular está relacionado com todas as partes do corpo humano e todos os meridianos convergem para a orelha.

O ponto Shenmen, localizado na fossa triangular do pavilhão auricular, é comumente utilizado como ponto analgésico, sedante e anti-inflamatório, sendo um dos mais utilizados nestes casos. De acordo com o diagnóstico inicial que é feito ao paciente, são escolhidos os pontos a utilizar que são combinados com acupuntura sistêmica. Pontos reflexos como o Rim, occipital, coração e estômago são também utilizados para redução da ansiedade entre outros.

Em geral, o curso de um tratamento com auriculoterapia é de 10 sessões, que podem ser realizadas semanalmente (agulhas intradérmicas, sementes ou esferas), assim como diariamente ou em dias alternados quando usada a agulha filiforme (sistêmica). Após 10 sessões deve haver um descanso do pavilhão auricular de duas a quatro semanas para recomeçar um novo ciclo de tratamento.
Além de auriculoterapia, o terapeuta também trabalha com outras técnicas de medicina natural como reflexologia podal e massagens terapêuticas, entre elas, o Shiatsu e o Tui Na. Os resultados são mais rápido quando essas terapias são feitas em conjunto com atividade física e uma dieta correta.

Temos então uma modalidade terapêutica totalmente natural e com resultados bastante rápidos, possibilitando em alguns casos, a diminuição significativa da necessidade de terapêuticas medicamentosas.

Legenda da imagem principal: Exemplos de auriculoterpia com agulhas intradérmicas e com agulhas sistêmicas (filiforme). Ponto Shenmen assinalado na imagem à direita com um circulo vermelho.

Autoria: Júlia Conceição Bonito – Terapeuta de Acupuntura

sábado, 28 de março de 2020

Confinamento em Tempos de Covid-19

 



A nossa espécie, o ser humano é um ser social e livre. Nascemos em coletividade, dentro de núcleos familiares e precisamos nos relacionar. Todo confinamento tem um peso enorme e grande impacto na psiquê. Sofremos as consequências desta exposição e algumas pessoas adoecem física e mentalmente.
Em tempos de transmissão (Pandemia) ,nunca foi tão comentado e nem se falou tanto em comportamento humano como nos dias de hoje. O ser humano passa desde seu nascimento até a fase adulta, por uma série de fases e mudanças psicológicas importantes, que vão revelando o meio em que vive, através de seu perfil de identidade como: Valores morais, Éticos, Sociais, reagindo dentro de um ciclo gradativo de interações, sejam elas pessoais, espirituais ou sociais.
Esse conceito de identidade de um indivíduo é uma forma impessoal de se referir ao ser humano. Enquanto o conceito pessoa atribui mais humanidade ao ser humano, o conceito indivíduo se conecta de forma direta com a filosofia do individualismo, onde a liberdade individual se torna o principal motor de felicidade. A sociedade está formada por indivíduos que compõem o tecido social de um grupo.
Assim, pelo fato de cada indivíduo ser, um ser social, ele acaba criando identificação com outras pessoas, visando quase sempre ser integrado e aceito, dentro deste meio carregados de diferenças, porém compartilhando sempre a necessidade de evoluir, independente dos seus traumas, anseios, dúvidas e propensões lesivas que estão inseridos no instinto mais profundo da sua mente, ele acaba se apresentando sob alguns aspectos ocultos e inconscientes para configurar no seu mundo significativo, que o levará a uma comunidade justa e perfeita que corresponda e responda as suas inquietações.
Os reflexos do confinamento são grandes, tanto na vida pessoal quanto familiar, como podemos perceber em nossas vidas, como em nossas casas e também nos diálogos entre amigos pelas redes sociais. Cônjuges que mantinham rotina de trabalho excessivo, muitas vezes sem se ver durante vários dias da semana, agora estão juntos o tempo inteiro. Pessoas da família como irmãos, primos que pouco se viam, porque grande parte do dia passavam na escola e em atividades extras, agora são obrigados a estar juntos convivendo e dividindo o mesmo espaço. Assim, e devido ao mundo mais informatizado e individualizado que a anos estamos sendo sistematicamente sendo inserido, revela algumas questões que já existiam, mas que infelizmente a rotina não nos permitia ver. O confinamento familiar, na prática, pode acabar gerando muitas indiferenças como: intolerâncias, desentendimento, brigas e até agressões (tanto verbais, quanto físicas). E além disso tudo, ainda existe a questão financeira, especialmente entre aquelas que sobrevivem com um salário mínimo ou são autônomos, o que pode piorar ainda mais o desequilíbrio e alterar o estado de humor delas com o medo de contrair a Covid-19.
Qualquer situação de confinamento é difícil! Estamos vivendo nossa própria A FAZENDA (reality show da Record ). As diferenças muitas vezes se acirram, gerando conflitos. Um dia todos são amigos, no outro são de briga e querem se matar. Isso acontece pois todo confinamento opera como uma lente de aumento, expondo e deixando à mostra todos traumas, obsessões, agressões, compulsões, incoerências e dilemas. E por menor que sejam, todas as questões ganham uma enorme dimensão quando somos obrigados a paralisar nossas vidas, sem os escapes, saídas e compensações que cada um encontra no seu dia-a-dia.
Os problemas mais comuns são o aumento do consumo de álcool, de cigarro, compulsão alimentar e compras on-line (devido a ansiedade). E, existe também agressividade e o abuso das drogas que se intensificam. As pessoas mais sensíveis a esta exposição são as pessoas com transtornos de Ansiedade e Depressão. Os ansiosos com o confinamento ficam obsessivos com a quantidade de notícias sobre o vírus, o que acaba gerando mais e mais tensão e insegurança, criando um círculo vicioso.
É muito importante em tempos difíceis pensar diferente e cuidar-se de outra maneira para que mente e corpo não adoeçam. Faça diferente e tente estabelecer uma rotina saudável, mude as rotinas diárias e crie hábitos novos. Você pode fazer terapia online? Avalie o profissional e a linha terapêutica que mais agrade e faça ! Você pode se exercitar em casa, afinal existem muito material na internet e caso você já seja aluno de alguma academia, você pode estar pedindo ao seu professor que passe uma série para fazer em casa ou mesmo seguindo preparadores físicos no Instagram, já que muitos estão transmitindo treinos ao vivo. Alimente-se equilibradamente e durma bem, seguindo horários regulares para dormir e acordar. Medite e pense positivamente e de forma criativa. Enfrente um dia de cada vez. Ligue para seus amigos e familiares, a tecnologia está a nosso favor. Ainda estamos juntos, mas separados. Ou quem sabe agora separados, mas juntos. Nesta Pandemia, quantas coisas não estamos aprendendo ? Ela vai passar deixando uma lição de humildade importante, todo homem e igual não importando sua cultura ou poder econômico. E podemos sair dela melhores e mais fortes – " não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe..."

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Estratégia de estudo para Atenção, Concentração e Memória


  • Das dificuldades que os alunos enfrentam, a falta de atenção e concentração nas aulas e no estudo é uma das mais frequentes. Tais dificuldades podem-se dever à falta de objetivos específicos para cada sessão de estudo, a uma atitude de passividade nas aulas e também à pouca preocupação com o ambiente de estudo. Podem também estar presentes uma série de factores distratores como: ansiedade proveniente de várias preocupações; pensamentos divergentes; acontecimentos inesperados, etc. Outros factores externos podem ser por exemplo o ruído, a luminosidade, as condições do espaço de estudo ou da faculdade, o calendário de exames, doença, entre outros. Para ultrapassar estas dificuldades, é necessário identificar os factores distratores em cada caso, refletindo sobre o local de estudo e aquilo que se costuma fazer quando se estuda. Embora cada indivíduo tenha o seu próprio método de estudo, há condições consideradas necessárias para um local de estudo adequado: 
  •  Ter um local destinado exclusivamente ao estudos e tarefas escolares; 
  •  Ter um local confortável com boa iluminação; 
  •  Ter o material necessário nesse local antes de começar a estudar;
  •  Retirar do local de trabalho tudo aquilo identificado como distrator;
  •  Evitar ser interrompido.
 A falta de atenção também ocorre durante as aulas devido ao barulho da sala, a conversa com os colegas, o desinteresse pelo tema ou simplesmente por estar a pensar noutras coisas. Pode-se ultrapassar dando atenção ao discurso e tirando apontamentos.
  •  Ir as aulas tem vantagens: 
  •  Aprende-se algumas matérias que facilitam o estudo posterior; 
  •  Aprende-se a organizar o estudo com os pontos a que o professor dá mais importância; 
  •  Tiram-se apontamentos próprios ; 
  •  Tiram-se dúvidas com o professor; 
  •  Convive-se com os colegas. 
  • Estar atento e concentrado são condições básicas para a memorização, que por sua vez é essencial para o estudo. Para tal, é necessário que haja um envolvimento naquilo que está a ser estudado, compreender o que se estuda, descobrindo um sentido para o tema e relacionando com aquilo que já se sabe. Pode-se desenvolver a memorização através de algumas ações que facilitam a recordação:
  • Planear antecipadamente o estudo; 
  •  Sublinhar, tirar apontamentos e fazer revisões; 
  •  Tomar atenção ao índice, títulos, subtítulos, fórmulas e palavras-chave; 
  •  Elaborar esquemas ou diagramas; Ler em voz alta; 
  •  Explicar o que aprendeu a outra pessoa. 
 Estudar em grupo, para tal deve-se: 
  •  ter um número de membros não excessivo; 
  •  traçar um plano de objetivos concretos; 
  •  não confundir a reunião de trabalho com uma de carácter lúdico; 
  •  fazer intervalos.
  •  Recorrer a mnemônicas quando não é possível estabelecer uma ligação lógica entre os elementos.
  •  Uma mnemônica consiste em formar uma palavra, frase ou história com as primeiras letras de cada palavra-chave (e.g.: o método P.L.E.M.A é por si uma mnemônica; vejamos: Pré-leitura; Leitura; Esquematização; Memorização; Auto-avaliação). Algumas destas sugestões podem-se resumir num método de estudo conhecido como P.L.E.M.A., uma série de técnicas de estudo que facilitam a assimilação dos conteúdos com maior rendimento e menor fadiga. 
 Este método é composto pelas seguintes etapas: 
  •  1.) Pré-leitura: Leitura rápida, pouco profunda e global para perceber o assunto e as partes do texto. Para isso, deve-se atender ao primeiro parágrafo, sumários, conclusões, títulos e subtítulos, itálicos, sublinhados e palavras-chave. 
  •  2.) Leitura Leitura detalhada e atenta do texto, sublinhando as ideias principais. 
  •  3.) Esquematização Realização de um esquema ou resumo da matéria, a utilizar aquando da revisão final dos conteúdos a avaliar. 
  •  4.) Memorização Divisão do esquema ou resumo pelos tópicos ou ideias principais de forma a facilitar a retenção dos conteúdos. É aconselhável, aquando da eventual memorização, fazer pequenos intervalos para descanso. Nesta fase é frequente recorrer-se a mnemônicas.
  •  5.) Auto-Avaliação Escrever ou dizer em voz alta, por palavras próprias as ideias principais retidas do esquema ou resumo. O objectivo desta fase é avaliar aquilo que no momento se sabe. 
fonte:https://www.uc.pt/fctuc/ceip/metodos_estudo/atencao UNIVERSIDADE DE COIMBRA © 2018 Ligue e marque uma consulta: 013-991417298

sexta-feira, 6 de maio de 2016

O que é Autismo ou Transtornos do Espectro Autista (TEA)?

A partir do último Manual de Saúde Mental – DSM-5, que é um guia de classificação diagnóstica, todos os distúrbios do autismo, incluindo o transtorno autista, transtorno desintegrativo da infância, transtorno generalizado do desenvolvimento não-especificado (PDD-NOS) e Síndrome de Asperger, fundiram-se em um único diagnóstico chamado Transtornos do Espectro Autista – TEA. O TEA é uma condição geral para um grupo de desordens complexas do desenvolvimento do cérebro, antes, durante ou logo após o nascimento. Esses distúrbios se caracterizam pela dificuldade na comunicação social e comportamentos repetitivos. Embora todas as pessoas com TEA partilhem essas dificuldades, o seu estado irá afetá-las com intensidades diferentes. Assim, essas diferenças podem existir desde o nascimento e serem óbvias para todos; ou podem ser mais sutis e tornarem-se mais visíveis ao longo do desenvolvimento. O TEA pode ser associado com deficiência intelectual, dificuldades de coordenação motora e de atenção e, às vezes, as pessoas com autismo têm problemas de saúde física, tais como sono e distúrbios gastrointestinais e podem apresentar outras condições como síndrome de deficit de atenção e hiperatividade, dislexia ou dispraxia. Na adolescência podem desenvolver ansiedade e depressão. Algumas pessoas com TEA podem ter dificuldades de aprendizagem em diversos estágios da vida, desde estudar na escola, até aprender atividades da vida diária, como, por exemplo, tomar banho ou preparar a própria refeição. Algumas poderão levar uma vida relativamente “normal”, enquanto outras poderão precisar de apoio especializado ao longo de toda a vida. O autismo é uma condição permanente, a criança nasce com autismo e torna-se um adulto com autismo. Assim como qualquer ser humano, cada pessoa com autismo é única e todas podem aprender. As pessoas com autismo podem ter alguma forma de sensibilidade sensorial. Isto pode ocorrer em um ou em mais dos cinco sentidos – visão, audição, olfato, tato e paladar – que podem ser mais ou menos intensificados. Por exemplo, uma pessoa com autismo pode achar determinados sons de fundo, que outras pessoas ignorariam, insuportavelmente barulhentos. Isto pode causar ansiedade ou mesmo dor física. Alguns indivíduos que são sub sensíveis podem não sentir dor ou temperaturas extremas. Algumas podem balançar rodar ou agitar as mãos para criar sensação, ou para ajudar com o balanço e postura ou para lidar com o stress ou ainda, para demonstrar alegria. As pessoas com sensibilidade sensorial podem ter mais dificuldade no conhecimento adequado de seu próprio corpo. Consciência corporal é a forma como o corpo se comunica consigo mesmo ou com o meio. Um bom desenvolvimento do esquema corporal pressupõe uma boa evolução da motricidade, das percepções espaciais e temporais, e da afetividade. As pessoas com TEA podem se destacar em habilidades visuais, música, arte e matemática. Ainda: • A maioria das pessoas com autismo é boa em aprender visualmente; • Algumas pessoas com autismo são muito atentas aos detalhes e à exatidão; • Geralmente possuem capacidade de memória muito acima da média; • É provável que as informações, rotinas ou processos uma vez aprendidos, sejam retidos; • Algumas pessoas conseguem concentrar-se na sua área de interesse especifico durante muito tempo e podem optar por estudar ou trabalhar em áreas afins; • A paixão pela rotina pode ser fator favorável na execução de um trabalho; • Indivíduos com autismo são funcionários leais e de confiança;

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Meninas com TDAH

Sonhadoras e desorganizadas, mulheres com o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade podem passar despercebidas e sofrer por muitos anos, sem tratamento. Revista Mente & Cérebro - por Ana Beatriz Barbosa Silva. Conceitos-chave - O sistema neural de pessoas com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) funciona de forma. peculiar, o que pode potencializar tanto características positivas (como vivacidade, entusiasmo e criatividade), quanto angústias e problemas de adaptação, principalmente em razão da falta de concentração. - Diferentemente do que acontece com os homens com o transtorno, entre as mulheres que o apresentam predomina a falta de hiperatividade, em razão de aspectos biológicos e culturais. Elas sofrem com dificuldade de organização e de cumprimento de horários e prazos e com esquecimentos, sensação de abandono e constante sobrecarga. Todo dia era sempre a mesma coisa. Mal começava a aula, a professora se via às voltas com as reações em cadeia provocadas na classe por Joãozinho, aquele menino endiabrado, e ainda assim adorável. Seus movimentos eram rápidos e causavam enorme ansiedade à pobre “tia” que, além de todos os afazeres, ainda precisava localizá-lo durante a aula, já que ele certamente não estaria sentado quieto em sua carteira. O garotinho só podia ser hiperativo! Era preciso falar com a psicopedagoga da escola, pois ele devia ter o chamado transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Totalmente preocupada em pôr fim à guerrinha de bolinhas de papel iniciada pelo aluno, a jovem professora estava alheia à menina sentada lá pelo meio da sala, olhando tão pensativa pela janela que parecia não se dar conta da bagunça. Todos os dias eram assim, e aparentemente não havia por que se preocupar com aquela aluninha tranquila que mal se mexia na cadeira. Mas o que a professora não sabia era que, por baixo da antiga carteira escolar inteiriça de madeira escura, um par de pezinhos balançava irrequieto na mesma velocidade dos pensamentos de sua dona. O nome dela só era lembrado na hora da chamada. Absorta em sua imaginação, vivia alheia ao ditado que a jovem professora começava a passar. Por causa disso, seria mais tarde duramente repreendida em casa e aceitaria todos os adjetivos com que seus pais a definiam; preguiçosa, relaxada, “abilolada". Invisível para sua professora, que, preocupada demais com Joãozinho, só a notava momentaneamente quando percebia sua desatenção aos deveres em sala de aula, ela atravessaria os anos sofrendo com sua distração crônica. Ainda que criativa, perderia autoestima à medida que ganhasse altura, peso e hormônios. Seu colega Joãozinho, diagnosticado precocemente, não precisou passar pela mesma carga de sofrimento. Diferentemente dos homens, mulheres com TDAH podem passar despercebidas, já que nelas predomina a falta de hiperatividade, o contrário do que acontece com seus pares masculinos. Tal característica, determinada por particularidades biológicas e aliada ao componente cultural, pode contribuir para que o número de homens diagnosticados com o transtorno seja maior que o de mulheres; para cada uma delas com o distúrbio, em média há três deles. Embora o tipo hiperativo seja menos frequente na população feminina, as meninas mais travessas dificilmente passam sem ser notadas. Precocemente diagnosticadas, elas são poupadas. Garotas com o transtorno, mas sem hiperatividade, sofrem com sua desorganização, esquecimentos, sensação de abandono, dificuldade de adaptação e de cumprimento de horários; com tarefas meticulosas, prazos, obrigações e cuidado com os filhos. O preço a ser pago quando o diagnóstico de TDAH não é feito é bastante alto para mulheres, pois diferentemente dos homens, espera-se que elas sejam atentas, calmas e dedicadas, além de organizadas e delicadas nos gestos. Antes de chegarem à vida adulta, sofrem com as constantes reprimendas. Sua letra não é tão benfeita, seu caderno não é muito caprichado, sua mochila contém um amontoado de papeizinhos amassados, lascas de lápis apontados, canetas sem tampa e tampas sem caneta. Sua falta de habilidade para planejar, administrar tarefas e se concentrar causa ansiedade e depressão, não só pela condenação implícita ou explícita de parentes, professores e colegas, mas também pelo próprio desconforto e prejuízo que essas características trazem. Conforme vão crescendo, aumentam a carga de responsabilidade e a exigência das tarefas que devem cumprir, seja no âmbito acadêmico, seja no profissional. • Falta de capricho A dificuldade em manter-se atenta, concentrada e terminar seus afazeres pode ser agravada pelo grau de complexidade e responsabilidade crescente, inerente às ocupações de adulto. As mulheres com TDAH passam por dificuldades bem específicas durante seu desenvolvimento. Imagine como a adolescência pode ser dolorida para alguém que se vê às voltas com sua atenção inconstante. No entanto, algumas características podem tornar essa adolescente uma figura popular em seu grupo — principalmente a que, quando criança, era do tipo “falante”. Felizmente, a posição de mãe e dona de casa, anteriormente reservada as mulheres de forma quase exclusiva, certamente não teve o poder de anestesiar essas mentes inquietas e fervilhantes. Elas foram à luta pelo direito de exercer atividades que lhes proporcionassem o estímulo de que tanto necessitavam e, mais do que isso, de abrir as portas do mundo em movimento a todas as que antes só podiam contemplá-lo pelas cortinas da janela. Não é preciso pensar muito para concluir que justamente as características dessas mulheres, mais do que das outras, podem fazê-las sofrer desaprovação. Apesar de em geral serem dinâmicas, é comum que desenvolvam baixa autoestima; afinal, desde cedo foram acostumadas a ouvir observações sobre sua falta de modos, desorganização, desleixo e falta de capricho. Críticas que pessoas do sexo masculino normalmente não costumam ouvir, pois as cobranças sociais e culturais são mais acentuadas em relação às mulheres nesses aspectos. Mas meninas têm um papel a cumprir, e em pleno século XXI muitos ainda pensam que melhor seria se elas não chamassem atenção sobre si, ficassem comportadas em seu canto. Raramente suas qualidades mais evidentes, como criatividade, energia e iniciativa, são devidamente estimuladas e reforçadas. Para evitar isso, a família e os educadores precisariam ter conhecimento do que é o transtorno e como essas meninas devem ser estimuladas e valorizadas. Na vida adulta, a tendência aos devaneios e os frequentes esquecimentos costumam trazer problemas, principalmente se a mulher exercer função burocrática. No entanto, isso pode ser compensado se for focada sua criatividade. Muitas vezes é importante buscar ajuda especializada para melhorar a capacidade de organização e atenção, tornando sua mente irrequieta mais apta a deixar florescer as vantagens que o "funcionamento TDAH” pode proporcionar. • Distração, impulsividade e hiperatividade Quando nos referimos a transtorno de déficit de atenção e hiperatividade não devemos pensar em um cérebro “defeituoso”, mas em um sistema que trabalha com foco diferenciado do da maioria das pessoas. O sistema neural de homens e mulheres com TDAH tem funcionamento peculiar com comportamento típico, que pode ser responsável tanto por características positivas como por angústias e desacertos. O comportamento TDAH nasce do que se chama “trio de base alterada”, formado por variações da atenção, da impulsividade e da velocidade da atividade física. Essa estrutura mental oscila entre a plenitude criativa e a exaustão, já que esse cérebro parece nunca parar. A alteração da atenção, o sintoma mais importante do desempenho TDAH, é uma condição para o diagnóstico. A pessoa com o distúrbio nem sempre sofre de hiperatividade física, mas jamais deixará de apresentar tendência à dispersão. Para o adulto com essa característica, manter-se concentrado em algo, por menor tempo que seja, pode ser um desafio tão grande como para um atleta de corrida com obstáculos que precisa transpor barreiras cada vez maiores até chegar ao fim da pista. E várias vezes, o adulto com TDAH é flagrado em lapsos de atenção. Em relação à impulsividade deve-se ter em mente que a palavra impulso tem um significado próprio: 1) ação de impelir; 2) força com que se impele; 3) estímulo, abalo; 4) ímpeto, impulsão. Todas essas definições literais ajudam a entender a maneira pela qual o portador de TDAH reage diante dos estímulos do mundo externo. Pequenas coisas são capazes de lhe despertar grandes emoções, e a força desses sentimentos gera o combustível aditivado de suas ações. Sua mente funciona como receptor de alta sensibilidade que, ao captar um pequeno sinal, reage automaticamente sem avaliar as características do objeto gerador do estímulo. Um exemplo simples dessa situação seria o caçador que, ao detectar um mero ruído na floresta, dispara sua arma, a fim de abater sua caça. Poucos minutos após a rajada de tiros, descobre que a sua grande presa não passava de um inofensivo tatu que abrira um pequeno buraco no solo em busca de abrigo. Quanta energia em vão! Exagerado! — diria a maioria das pessoas. Mas, na verdade, tudo não passou de um ato impulsivo, ou seja, disparou e só depois pensou. E, com certeza, lamentou! Se pensarmos na vida real, em que tatus podem ser comparados a pessoas e caçadores, isto é, aqueles com o distúrbio, pode-se imaginar quanto sofrimento, culpa, angústia e cansaço um impulso sem filtro pode ocasionar nos relacionamentos cotidianos. Em especial os meninos com TDAH costumam dizer o que lhes vem à cabeça, envolver-se em brincadeiras perigosas e brigas com os colegas, o que pode render-lhes rótulos desagradáveis como mal-educado, mau, grosseiro, agressivo, autodestrutivo etc. E, é claro, isso será um dos grandes influenciadores na formação de uma autoestima cheia de “buracos”. Toda pessoa TDAH quando adulta apresentará problemas de autoestima, e esse é o maior de todos os desafios de seu tratamento: a reconstrução dessa função psíquica que, em última análise, constitui o espelho da própria personalidade. A impulsividade trará outras consequências. A pessoa terá aprendido a diminuir determinados riscos vitais, como olhar antes de atravessar a rua, praticar esportes com proteção adequada ou desligar o gás do aquecedor. No entanto, seu impulso verbal pode continuar a lhe trazer sérios problemas, principalmente em situações em que esteja sob forte impacto afetivo ou pressão pessoal. Atitudes impensadas podem levar aquele que sofre de TDAH a viver em constante instabilidade: entrar e sair de relacionamentos, empregos e grupos sociais. Para evitar muito sofrimento, informação sobre o distúrbio e acompanhamento psicológico são fundamentais.

terça-feira, 29 de julho de 2014

O que é a Doença Bipolar? (Site ADEB)

1 - O QUE É A DOENÇA BIPOLAR? (Doença Maníaco-Depressiva) A Doença Bipolar, tradicionalmente designada Doença Maníaco-Depressiva, é uma doença psiquiátrica caracterizada por variações acentuadas do humor, com crises repetidas de depressão e «mania». Qualquer dos dois tipos de crise pode predominar numa mesma pessoa sendo a sua frequência bastante variável. As crises podem ser graves, moderadas ou leves. As viragens do humor, num sentido ou noutro têm importante repercussão nas sensações, nas emoções, nas ideias e no comportamento da pessoa, com uma perda importante da saúde e da autonomia da personalidade. 2 - QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA DOENÇA BIPOLAR? (Definem-se os que caracterizam cada tipo de crise) MANIA O principal sintoma de «MANIA» é um estado de humor elevado e expansivo, eufórico ou irritável. Nas fases iniciais da crise a pessoa pode sentir-se mais alegre, sociável, activa, faladora, auto-confiante, inteligente e criativa. Com a elevação progressiva do humor e a aceleração psíquica podem surgir alguns ou todos os seguintes sintomas: •Irritabilidade extrema; a pessoa torna-se exigente e zanga-se quando os outros não acatam os seus desejos e vontades; •Alterações emocionais súbitas e imprevisíveis, os pensamentos aceleram-se, a fala é muito rápida, com mudanças frequentes de assunto; •Reacção excessiva a estímulos, interpretação errada de acontecimentos, irritação com pequenas coisas, levando a mal comentários banais; •Aumento de interesse em diversas actividades, despesas excessivas, dívidas e ofertas exageradas; •Grandiosidade, aumento do amor próprio. A pessoa, pode sentir-se melhor e mais poderosa do que toda gente; •Energia excessiva, possibilitando uma hiperactividade ininterrupta; •Diminuição da necessidade de dormir; •Aumento da vontade sexual, comportamento desinibido com escolhas inadequadas; •Incapacidade em reconhecer a doença, tendência a recusar o tratamento e a culpar os outros pelo que corre mal; •Perda da noção da realidade, ideias estranhas (delírios) e «vozes»; •Abuso de álcool e de substâncias. DEPRESSÃO O principal sintoma é um estado de humor de tristeza e desespero. Em função da gravidade da depressão, podem sentir-se alguns ou muitos dos seguintes sintomas: •Preocupação com fracassos ou incapacidades e perda da auto-estima. Pode ficar-se obcecado com pensamentos negativos, sem conseguir afastá-los; •Sentimentos de inutilidade, desespero e culpa excessiva; •Pensamento lento, esquecimentos, dificuldade de concentração e em tomar decisões; •Perda de interesse pelo trabalho, pelos hobbies e pelas pessoas, incluindo os familiares e amigos; •Preocupação excessiva com queixas físicas, como por exemplo a obstipação; •Agitação, inquietação, sem conseguir estar sossegado ou perda de energia, cansaço, inacção total; •Alterações do apetite e do peso; •Alterações do sono: insónia ou sono a mais; •Diminuição do desejo sexual; •Choro fácil ou vontade de chorar sem ser capaz; •Ideias de morte e de suicídio; tentativas de suicídio; •Uso excessivo de bebidas alcoólicas ou de outras substancias; •Perda da noção de realidade, ideias estranhas (delírios) e «vozes» com conteúdo negativo e depreciativo; Por vezes o/a doente tem, durante a mesma crise, sintomas de depressão e de «mania», o que corresponde às crises MISTAS. 3 - QUANTO TEMPO DURA UMA CRISE? Varia muito. A pessoa pode estar em fase maníaca ou depressiva durante alguns dias, ou durante vários meses. Os períodos de estabilidade entre as crises podem durar dias, meses ou anos. O tratamento adequado encurta a duração das crises e pode preveni-las. 4 - É POSSÍVEL PREVER AS CRISES? Para algumas pessoas, sim. Umas terão uma ou duas crises durante toda a vida, outras pessoas recaem repetidas vezes em certas alturas do ano (caso não estejam tratadas!). Há doentes que têm mais do que 4 crises por ano (CICLOS RÁPIDOS). 5 - EM QUE IDADE SURGE A DOENÇA? Pode começar em qualquer altura, durante ou depois da adolescência. 6 - QUANTAS PESSOAS SOFREM DA DOENÇA BIPOLAR (Maníaco-Depressiva)? Aproximadamente 1% da população sofrem da doença, numa percentagem idêntica em ambos os sexos. 7 - QUAL A CAUSA DA DOENÇA? Há vários factores que predispõem para a doença, mas o seu conhecimento ainda é incompleto. Os factores genéticos e biológicos (na química do cérebro) têm um papel essencial entre as causas da doença, mas o tipo de personalidade e os stresses que a pessoa enfrenta desempenham também um papel relevante no desencadeamento das crises. 8 - DEPOIS DE UMA CRISE DE DEPRESSÃO OU MANIA VOLTA-SE AO NORMAL? Em geral, sim. No entanto, devido às consequências dramáticas que as crises podem ter, no plano social, familiar e individual, a vida da pessoa complica-se e perturba-se muito, restringindo de forma marcante a sua capacidade de adaptação e autonomia. O tratamento adequado para a prevenção das crises (se são graves e/ou frequentes) é essencial para evitar os muitos riscos inerentes à doença. 9 - HÁ TRATAMENTO PARA AS CRISES E PARA A DOENÇA BIPOLAR? Não há nenhum tratamento que cure a doença por completo. No entanto, há grandes possibilidades de controlar a doença, através de medicamentos estabilizadores do humor, cuja acção terapêutica diminui muito a probabilidade de recaídas, tanto das crises de depressão como de «mania». Os estabilizadores do humor são a Olanzapina, a Lamotrigina, o Valproato, Carbonato de Lítio, Quetiapina, Carbamazepina, Risperidona e Ziprasidona. As crises depressivas tratam-se com medicamentos ANTIDEPRESSIVOS ou, em casos resistentes, a elecroconvulsivoterapia. As crises de mania tratam-se com os estabilizadores do humor atrás referidos e com os medicamentos neurolépticos ANTIPSICÓTICOS. Naturalmente, o apoio psicológico individual e familiar é um complemento indispensável para o tratamento. As crises graves obrigam a tratamento hospitalar em muitos casos. 10 - PORQUE É TÃO IMPORTANTE A CONSCIENCIALIZAÇÃO DOS DOENTES, DOS FAMILIARES E DE OUTRAS PESSOAS SOBRE A DOENÇA BIPOLAR? A noção de doença mental na opinião pública é, em geral, muito confusa e pouco correcta. Verifica-se uma tendência para considerar negativamente as pessoas que sofrem de doenças psiquiátricas e é frequente a ideia de que as doenças mentais são qualitativamente diferentes das outras doenças. É muito comum imaginar que há uma «doença mental» única («a doença mental»), atribuindo às pessoas que tenham sofrido crises, um prognóstico negativo de incurabilidade, aferido erradamente pelos casos de doentes mentais mais graves e crónicos. Por vezes o diagnóstico médico das diferentes doenças psiquiátricas não se faz na altura própria, por variadas razões, e isso acontece, com alguma frequência, na Doença Bipolar. O conhecimento, mesmo que simplificado, das características da Doença Bipolar facilita a seu reconhecimento aos próprios (que a sofrem) e aos outros, possibilitando uma maior ajuda a muitas pessoas que carecem de um tratamento médico adequado e de uma solidária compreensão humana. - See more at: http://www.adeb.pt/pages/que-e-doenca-bipolar#sthash.mxoi18TN.dpuf