terça-feira, 29 de julho de 2014

O que é a Doença Bipolar? (Site ADEB)

1 - O QUE É A DOENÇA BIPOLAR? (Doença Maníaco-Depressiva) A Doença Bipolar, tradicionalmente designada Doença Maníaco-Depressiva, é uma doença psiquiátrica caracterizada por variações acentuadas do humor, com crises repetidas de depressão e «mania». Qualquer dos dois tipos de crise pode predominar numa mesma pessoa sendo a sua frequência bastante variável. As crises podem ser graves, moderadas ou leves. As viragens do humor, num sentido ou noutro têm importante repercussão nas sensações, nas emoções, nas ideias e no comportamento da pessoa, com uma perda importante da saúde e da autonomia da personalidade. 2 - QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA DOENÇA BIPOLAR? (Definem-se os que caracterizam cada tipo de crise) MANIA O principal sintoma de «MANIA» é um estado de humor elevado e expansivo, eufórico ou irritável. Nas fases iniciais da crise a pessoa pode sentir-se mais alegre, sociável, activa, faladora, auto-confiante, inteligente e criativa. Com a elevação progressiva do humor e a aceleração psíquica podem surgir alguns ou todos os seguintes sintomas: •Irritabilidade extrema; a pessoa torna-se exigente e zanga-se quando os outros não acatam os seus desejos e vontades; •Alterações emocionais súbitas e imprevisíveis, os pensamentos aceleram-se, a fala é muito rápida, com mudanças frequentes de assunto; •Reacção excessiva a estímulos, interpretação errada de acontecimentos, irritação com pequenas coisas, levando a mal comentários banais; •Aumento de interesse em diversas actividades, despesas excessivas, dívidas e ofertas exageradas; •Grandiosidade, aumento do amor próprio. A pessoa, pode sentir-se melhor e mais poderosa do que toda gente; •Energia excessiva, possibilitando uma hiperactividade ininterrupta; •Diminuição da necessidade de dormir; •Aumento da vontade sexual, comportamento desinibido com escolhas inadequadas; •Incapacidade em reconhecer a doença, tendência a recusar o tratamento e a culpar os outros pelo que corre mal; •Perda da noção da realidade, ideias estranhas (delírios) e «vozes»; •Abuso de álcool e de substâncias. DEPRESSÃO O principal sintoma é um estado de humor de tristeza e desespero. Em função da gravidade da depressão, podem sentir-se alguns ou muitos dos seguintes sintomas: •Preocupação com fracassos ou incapacidades e perda da auto-estima. Pode ficar-se obcecado com pensamentos negativos, sem conseguir afastá-los; •Sentimentos de inutilidade, desespero e culpa excessiva; •Pensamento lento, esquecimentos, dificuldade de concentração e em tomar decisões; •Perda de interesse pelo trabalho, pelos hobbies e pelas pessoas, incluindo os familiares e amigos; •Preocupação excessiva com queixas físicas, como por exemplo a obstipação; •Agitação, inquietação, sem conseguir estar sossegado ou perda de energia, cansaço, inacção total; •Alterações do apetite e do peso; •Alterações do sono: insónia ou sono a mais; •Diminuição do desejo sexual; •Choro fácil ou vontade de chorar sem ser capaz; •Ideias de morte e de suicídio; tentativas de suicídio; •Uso excessivo de bebidas alcoólicas ou de outras substancias; •Perda da noção de realidade, ideias estranhas (delírios) e «vozes» com conteúdo negativo e depreciativo; Por vezes o/a doente tem, durante a mesma crise, sintomas de depressão e de «mania», o que corresponde às crises MISTAS. 3 - QUANTO TEMPO DURA UMA CRISE? Varia muito. A pessoa pode estar em fase maníaca ou depressiva durante alguns dias, ou durante vários meses. Os períodos de estabilidade entre as crises podem durar dias, meses ou anos. O tratamento adequado encurta a duração das crises e pode preveni-las. 4 - É POSSÍVEL PREVER AS CRISES? Para algumas pessoas, sim. Umas terão uma ou duas crises durante toda a vida, outras pessoas recaem repetidas vezes em certas alturas do ano (caso não estejam tratadas!). Há doentes que têm mais do que 4 crises por ano (CICLOS RÁPIDOS). 5 - EM QUE IDADE SURGE A DOENÇA? Pode começar em qualquer altura, durante ou depois da adolescência. 6 - QUANTAS PESSOAS SOFREM DA DOENÇA BIPOLAR (Maníaco-Depressiva)? Aproximadamente 1% da população sofrem da doença, numa percentagem idêntica em ambos os sexos. 7 - QUAL A CAUSA DA DOENÇA? Há vários factores que predispõem para a doença, mas o seu conhecimento ainda é incompleto. Os factores genéticos e biológicos (na química do cérebro) têm um papel essencial entre as causas da doença, mas o tipo de personalidade e os stresses que a pessoa enfrenta desempenham também um papel relevante no desencadeamento das crises. 8 - DEPOIS DE UMA CRISE DE DEPRESSÃO OU MANIA VOLTA-SE AO NORMAL? Em geral, sim. No entanto, devido às consequências dramáticas que as crises podem ter, no plano social, familiar e individual, a vida da pessoa complica-se e perturba-se muito, restringindo de forma marcante a sua capacidade de adaptação e autonomia. O tratamento adequado para a prevenção das crises (se são graves e/ou frequentes) é essencial para evitar os muitos riscos inerentes à doença. 9 - HÁ TRATAMENTO PARA AS CRISES E PARA A DOENÇA BIPOLAR? Não há nenhum tratamento que cure a doença por completo. No entanto, há grandes possibilidades de controlar a doença, através de medicamentos estabilizadores do humor, cuja acção terapêutica diminui muito a probabilidade de recaídas, tanto das crises de depressão como de «mania». Os estabilizadores do humor são a Olanzapina, a Lamotrigina, o Valproato, Carbonato de Lítio, Quetiapina, Carbamazepina, Risperidona e Ziprasidona. As crises depressivas tratam-se com medicamentos ANTIDEPRESSIVOS ou, em casos resistentes, a elecroconvulsivoterapia. As crises de mania tratam-se com os estabilizadores do humor atrás referidos e com os medicamentos neurolépticos ANTIPSICÓTICOS. Naturalmente, o apoio psicológico individual e familiar é um complemento indispensável para o tratamento. As crises graves obrigam a tratamento hospitalar em muitos casos. 10 - PORQUE É TÃO IMPORTANTE A CONSCIENCIALIZAÇÃO DOS DOENTES, DOS FAMILIARES E DE OUTRAS PESSOAS SOBRE A DOENÇA BIPOLAR? A noção de doença mental na opinião pública é, em geral, muito confusa e pouco correcta. Verifica-se uma tendência para considerar negativamente as pessoas que sofrem de doenças psiquiátricas e é frequente a ideia de que as doenças mentais são qualitativamente diferentes das outras doenças. É muito comum imaginar que há uma «doença mental» única («a doença mental»), atribuindo às pessoas que tenham sofrido crises, um prognóstico negativo de incurabilidade, aferido erradamente pelos casos de doentes mentais mais graves e crónicos. Por vezes o diagnóstico médico das diferentes doenças psiquiátricas não se faz na altura própria, por variadas razões, e isso acontece, com alguma frequência, na Doença Bipolar. O conhecimento, mesmo que simplificado, das características da Doença Bipolar facilita a seu reconhecimento aos próprios (que a sofrem) e aos outros, possibilitando uma maior ajuda a muitas pessoas que carecem de um tratamento médico adequado e de uma solidária compreensão humana. - See more at: http://www.adeb.pt/pages/que-e-doenca-bipolar#sthash.mxoi18TN.dpuf

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Você sabe o que é Símdrome de Münchausen?

Por Débora Carvalho Meldau A síndrome de Münchausen, também chamada de transtorno factício, trata-se de uma desordem psiquiátrica, na qual os indivíduos acometidos simulam estar enfermos ou com algum trauma psicológico para conquistarem atenção e simpatia dos que os cercam. Este distúrbio foi descrito pela primeira vez pelo médico inglês Richard Asher, no ano de 1951. Asher nomeou a patologia como síndrome de Munchausen, pois entre os anos de 1720 a 1797 viveu o Barão de Munchausen (Karl Friedrich Hieronymus Freiherr von Munchausen), a quem conferia-se uma série de contos fantasiosos. Inicialmente, este termo era utilizado somente para desordens fictícias; todavia, atualmente é considerada como um amplo grupo de patologias fictícias, sendo o termo síndrome de Munchausen utilizado para a forma mais severa na qual o fingimento da doença torna-se a atividade central da vida do indivíduo. A síndrome em questão não é igual a hipocondria, na qual o indivíduo acredita realmente estar doente. Na síndrome de Munchausen os indivíduos sabem que não sofrem com doença alguma, mas querem estar doentes. Existem tipos distintos da síndrome. A síndrome de Munchausen by proxy (por procuração, significando este termo “por meio de um substituto”) é produzida pela insistência intencional de um indivíduo próximo (geralmente a mãe) de produzir sintomas em um alguém (geralmente o filho), desejando que o mesmo seja considerado doente, ou até mesmo provocando ativamente a enfermidade, colocando-o em risco e numa situação que necessita de investigação e tratamento. Habitualmente, o ato de simular uma doença não possui nenhum objetivo lógico, sendo somente uma necessidade que o indivíduo possui de assumir o posto de doente (no caso do by self) ou do indivíduo que cuida de um doente (no caso do by proxy). O comportamento é considerado compulsivo, pois embora o indivíduo se encontre ciente de seus atos é incapaz de abster-se dos mesmos. Simplificadamente, o comportamento que é voluntário é utilizado para alcançar um objetivo involuntário e compulsivo. Já a síndrome de Munchausen por procuração trata-se de um tipo de abuso infantil. Muitas vezes quem sofre desse tipo da síndrome de Munchausen pode estar atrás de atenção por ter sofrido abusos na infância ou perdeu um dos pais na mesma época, por estar passando por sérios problemas conjugais ou outra crise muito estressante. Ser reconhecido como uma mãe ou um pai zeloso pela equipe do hospital é uma forma de receber a atenção ou reconhecimento que ela(e) pode não ter recebido de outra maneira. Os sintomas da síndrome de Munchausen por precaução abrangem: •Crianças que são internadas constantemente apresentando sintomas inexplicáveis e incomuns e somem na ausência do responsável; •Manifestações clínicas não condizentes com os resultados dos exames da criança; •Sintomas que se exacerbam em casa, melhorando quando a criança se encontra sob cuidados médicos; •Presença de substâncias químicas na urina ou no sangue da criança; •Irmãos da criança que faleceram sob circunstâncias estranhas; •Responsável muito preocupado com a criança e disposto a obedecer prontamente aos profissionais da saúde; •Responsável que é enfermeiro ou que trabalha na área da saúde. O tratamento de ambos os tipos da síndrome de Munchausen são de difícil tratamento, pois os portadores desta síndrome não estão dispostos a admitirem que passam por problemas. Fica por conta do médico realizar uma investigação minuciosa do histórico do paciente, bem como exames clínicos para averiguar se o problema é mesmo psicológico e não físico. Habitualmente a terapêutica abrange aconselhamento psiquiátrico para modificar pensamentos e comportamentos que estão ocasionando a síndrome. Caso o gatilho seja a depressão ou a ansiedade, existem drogas que auxiliam na redução das mesmas. Quando se trata da síndrome de Munchausen por procuração, é necessário afastar a criança do responsável antes que ocorram maiores danos. A criança pode necessitar de tratamento devido às complicações físicas e aos traumas psicológicos. Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Síndrome_de_M%C3%BCnchhausen http://saude.hsw.uol.com.br/munchausen.htm http://www.scielo.br/pdf/rbp/v24n2/a09v24n2.pdf