domingo, 29 de março de 2020

Sono excessivo durante o dia pode indicar risco à saúde dos mais velhos




Segundo novo estudo, idosos que sentem sonolência diurna estariam mais sujeitos a desenvolver câncer, diabetes e doenças cardiovasculares

Idosos que ficam sonolentos durante o dia ou cochilam muito nesse período podem apresentar maior risco de ter câncer, diabetes e doenças cardiovasculares. É o que indica uma pesquisa da Academia Americana de Neurologia, prevista para ser apresentada no próximo encontro anual da entidade – marcado para o mês que vem.

Por meio de entrevistas telefônicas, cientistas analisaram 10 mil indivíduos quanto ao seu estado de saúde e a prevalência da hipersonia – nome técnico da sonolência excessiva mesmo depois de uma noite com sete ou mais horas de sono. Desse total, 34% tinham mais de 65 anos.

Os voluntários foram entrevistados em dois momentos, com três anos de intervalo entre eles. Cerca de 25% dos idosos relataram sentir muito sono, sendo que 41% desses consideravam a sonolência um problema crônico.

Entre essa turma, os pesquisadores descobriram que o perigo de desenvolver diabetes ou pressão alta em três anos era duas vezes maior do que entre aqueles que passavam o dia mais despertos. O risco de câncer e doenças cardíacas também se mostrava mais elevado e em proporção semelhante.

Os resultados se mantiveram mesmo quando fatores de risco para tais doenças e para a sonolência excessiva (como gênero e apneia do sono) foram considerados.

Cabe lembrar que diversos estudos demonstram benefícios para indivíduos (inclusive os mais velhos) que tiram um cochilo à tarde. Mas as vantagens aparecem quando não há exagero. Em geral, 30 minutos são suficientes para descansar e garantir melhorias à saúde.

Sinal de alerta, mas sem pânico

Para o autor do estudo, Maurice M. Ohayon, neurologista da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, os achados sugerem que a sonolência diurna excessiva pode servir de alerta para doenças futuras nos mais velhos. “Prestar atenção no sono dos idosos é capaz de ajudar médicos e familiares a flagrarem mais cedo condições sérias de saúde”, comentou, em comunicado à imprensa.

Mas vale dizer que, embora estatisticamente relevantes, os dados de maior incidência não significaram necessariamente uma prevalência altíssima de doenças entre os dorminhocos.

Dos 840 indivíduos que relataram sentir muito sono de dia, 6,2% desenvolveram diabetes. No grupo mais desperto, essa taxa ficou em 2,9%. Para os tumores, a diferença na incidência foi de 2,4% contra 0,8%.

Mecanismos desconhecidos

O estudo completo ainda será apresentado no futuro. Por isso não é possível especular as explicações fisiológicas por trás da descoberta. Mas se sabe que a sonolência diurna frequentemente está ligada ao descanso de má qualidade à noite, que tem suas próprias repercussões na saúde física.

Outro possível elo é a depressão, mais frequente na terceira idade e responsável tanto pela vontade de dormir o dia todo quanto por um estado inflamatório constante e sistêmico, o que leva a doenças.

É normal que, na terceira idade, bata mais sono durante o dia. Mas, se a situação está exagerada, é preciso procurar orientação médica.



Fonte - Saúde / Abril

Eficácia da Auriculoterapia na Redução de Ansiedade



A ansiedade é uma experiência universal humana e é definida como um sentimento apreensão, tensão e inquietação. De maneira geral, a ansiedade é tida como uma resposta fisiológica natural, mas pode estar relacionada a certos acontecimentos específicos da vida.

A auriculoterapia, ou acupuntura auricular, faz parte de um conjunto de técnicas terapêuticas baseadas nos preceitos da Medicina Tradicional Chinesa (MTC). Acredita-se que tenha sido desenvolvida juntamente com a acupuntura sistêmica que, atualmente, é uma das práticas orientais mais populares em diversos países e tem sido amplamente utilizada na assistência à saúde, nos aspetos preventivos e curativos de muitas enfermidades, isso torna-a uma terapia a considerar como co-adjuvante de outras terapias para aliviar este estado.

A auriculoterapia tem várias formas e materiais de aplicação, inclui agulhas sistêmicas, agulhas intradérmicas, esferas e sementes, sendo estes dois últimos os tipos de tratamento mais utilizados em pessoas com aversão a agulhas, em crianças e idosos.Legenda: pontos auriculares

A auriculoterapia, que é uma forma de tratamento por meio do estímulo de pontos na orelha e atua por reflexos em pontos determinados.

A orelha e a auriculoterapia são mencionadas no mais antigo livro de medicina chinesa, o Clássico de Medicina Interna do Imperador Amarelo, publicado há 2000 anos. O pavilhão auricular está relacionado com todas as partes do corpo humano e todos os meridianos convergem para a orelha.

O ponto Shenmen, localizado na fossa triangular do pavilhão auricular, é comumente utilizado como ponto analgésico, sedante e anti-inflamatório, sendo um dos mais utilizados nestes casos. De acordo com o diagnóstico inicial que é feito ao paciente, são escolhidos os pontos a utilizar que são combinados com acupuntura sistêmica. Pontos reflexos como o Rim, occipital, coração e estômago são também utilizados para redução da ansiedade entre outros.

Em geral, o curso de um tratamento com auriculoterapia é de 10 sessões, que podem ser realizadas semanalmente (agulhas intradérmicas, sementes ou esferas), assim como diariamente ou em dias alternados quando usada a agulha filiforme (sistêmica). Após 10 sessões deve haver um descanso do pavilhão auricular de duas a quatro semanas para recomeçar um novo ciclo de tratamento.
Além de auriculoterapia, o terapeuta também trabalha com outras técnicas de medicina natural como reflexologia podal e massagens terapêuticas, entre elas, o Shiatsu e o Tui Na. Os resultados são mais rápido quando essas terapias são feitas em conjunto com atividade física e uma dieta correta.

Temos então uma modalidade terapêutica totalmente natural e com resultados bastante rápidos, possibilitando em alguns casos, a diminuição significativa da necessidade de terapêuticas medicamentosas.

Legenda da imagem principal: Exemplos de auriculoterpia com agulhas intradérmicas e com agulhas sistêmicas (filiforme). Ponto Shenmen assinalado na imagem à direita com um circulo vermelho.

Autoria: Júlia Conceição Bonito – Terapeuta de Acupuntura

sábado, 28 de março de 2020

Confinamento em Tempos de Covid-19

 



A nossa espécie, o ser humano é um ser social e livre. Nascemos em coletividade, dentro de núcleos familiares e precisamos nos relacionar. Todo confinamento tem um peso enorme e grande impacto na psiquê. Sofremos as consequências desta exposição e algumas pessoas adoecem física e mentalmente.
Em tempos de transmissão (Pandemia) ,nunca foi tão comentado e nem se falou tanto em comportamento humano como nos dias de hoje. O ser humano passa desde seu nascimento até a fase adulta, por uma série de fases e mudanças psicológicas importantes, que vão revelando o meio em que vive, através de seu perfil de identidade como: Valores morais, Éticos, Sociais, reagindo dentro de um ciclo gradativo de interações, sejam elas pessoais, espirituais ou sociais.
Esse conceito de identidade de um indivíduo é uma forma impessoal de se referir ao ser humano. Enquanto o conceito pessoa atribui mais humanidade ao ser humano, o conceito indivíduo se conecta de forma direta com a filosofia do individualismo, onde a liberdade individual se torna o principal motor de felicidade. A sociedade está formada por indivíduos que compõem o tecido social de um grupo.
Assim, pelo fato de cada indivíduo ser, um ser social, ele acaba criando identificação com outras pessoas, visando quase sempre ser integrado e aceito, dentro deste meio carregados de diferenças, porém compartilhando sempre a necessidade de evoluir, independente dos seus traumas, anseios, dúvidas e propensões lesivas que estão inseridos no instinto mais profundo da sua mente, ele acaba se apresentando sob alguns aspectos ocultos e inconscientes para configurar no seu mundo significativo, que o levará a uma comunidade justa e perfeita que corresponda e responda as suas inquietações.
Os reflexos do confinamento são grandes, tanto na vida pessoal quanto familiar, como podemos perceber em nossas vidas, como em nossas casas e também nos diálogos entre amigos pelas redes sociais. Cônjuges que mantinham rotina de trabalho excessivo, muitas vezes sem se ver durante vários dias da semana, agora estão juntos o tempo inteiro. Pessoas da família como irmãos, primos que pouco se viam, porque grande parte do dia passavam na escola e em atividades extras, agora são obrigados a estar juntos convivendo e dividindo o mesmo espaço. Assim, e devido ao mundo mais informatizado e individualizado que a anos estamos sendo sistematicamente sendo inserido, revela algumas questões que já existiam, mas que infelizmente a rotina não nos permitia ver. O confinamento familiar, na prática, pode acabar gerando muitas indiferenças como: intolerâncias, desentendimento, brigas e até agressões (tanto verbais, quanto físicas). E além disso tudo, ainda existe a questão financeira, especialmente entre aquelas que sobrevivem com um salário mínimo ou são autônomos, o que pode piorar ainda mais o desequilíbrio e alterar o estado de humor delas com o medo de contrair a Covid-19.
Qualquer situação de confinamento é difícil! Estamos vivendo nossa própria A FAZENDA (reality show da Record ). As diferenças muitas vezes se acirram, gerando conflitos. Um dia todos são amigos, no outro são de briga e querem se matar. Isso acontece pois todo confinamento opera como uma lente de aumento, expondo e deixando à mostra todos traumas, obsessões, agressões, compulsões, incoerências e dilemas. E por menor que sejam, todas as questões ganham uma enorme dimensão quando somos obrigados a paralisar nossas vidas, sem os escapes, saídas e compensações que cada um encontra no seu dia-a-dia.
Os problemas mais comuns são o aumento do consumo de álcool, de cigarro, compulsão alimentar e compras on-line (devido a ansiedade). E, existe também agressividade e o abuso das drogas que se intensificam. As pessoas mais sensíveis a esta exposição são as pessoas com transtornos de Ansiedade e Depressão. Os ansiosos com o confinamento ficam obsessivos com a quantidade de notícias sobre o vírus, o que acaba gerando mais e mais tensão e insegurança, criando um círculo vicioso.
É muito importante em tempos difíceis pensar diferente e cuidar-se de outra maneira para que mente e corpo não adoeçam. Faça diferente e tente estabelecer uma rotina saudável, mude as rotinas diárias e crie hábitos novos. Você pode fazer terapia online? Avalie o profissional e a linha terapêutica que mais agrade e faça ! Você pode se exercitar em casa, afinal existem muito material na internet e caso você já seja aluno de alguma academia, você pode estar pedindo ao seu professor que passe uma série para fazer em casa ou mesmo seguindo preparadores físicos no Instagram, já que muitos estão transmitindo treinos ao vivo. Alimente-se equilibradamente e durma bem, seguindo horários regulares para dormir e acordar. Medite e pense positivamente e de forma criativa. Enfrente um dia de cada vez. Ligue para seus amigos e familiares, a tecnologia está a nosso favor. Ainda estamos juntos, mas separados. Ou quem sabe agora separados, mas juntos. Nesta Pandemia, quantas coisas não estamos aprendendo ? Ela vai passar deixando uma lição de humildade importante, todo homem e igual não importando sua cultura ou poder econômico. E podemos sair dela melhores e mais fortes – " não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe..."