Pode parecer uma afirmação exagerada, pois para existir o Bullying é necessário uma serie de comportamentos que combinam intimidação e humilhação para atormentar outras pessoas, porém, a humilhação imposta pelo programa é inegável, principalmente entre seus próprios companheiros de equipe.
Recentemente pra quem acompanha, sabe do que o Bolinha junto com a equipe fez com a panicat Bolina, desde que a mesma decidiu casar. Aprontaram durante umas três semanas com ela. Então ela decidiu com a autorização do diretor programa (Alan) para fazer uma pegadinha na qual Bolinha cairia de uma van dentro de uma piscina batizada com xixi, mas a brincadeira de mau gosto deu errado, acabou em uma fratura terrível em seu ombro.
Esse acontecimento mostra que o Bullying não está só dentro das escolas, mas em qualquer ambiente que exista relacionamento pessoais. O mais importante é que este fato não teria tanta repercussão se tais comportamentos inadequados não fossem mostrados em um programa de auditório criado para adolescentes. E de como isso pode ser interpretado por esses jovens, que muitas vezes encontram dificuldades em definir sua própria personalidade.
Pesquisas indicam que adolescentes agressores têm personalidades autoritárias, combinadas com uma forte necessidade de controlar ou subjuga. Vemos também que existe uma deficiência em habilidades sociais, carregada de forte preconceito e egocentrismo.
Outros pesquisadores também identificam a falta de tolerância com alta rapidez de enraivecer e usar a força, agindo de forma a encarar as ações de outros com hostis. Portanto, vemos grande quantidade de mensagens no programa que parcialmente definem o Bullying, como por exemplo:
• Insultar a pessoa
• Depreciar e humilhar a pessoa
• Fazer com que a pessoa faça o que ela não quer, ameaçando-a para seguir as ordens
• Colocar a pessoa em situação problemática sem qualquer motivo
• Usar expressões ameaçadoras
• Usar de sarcasmo para denegrir alguma deficiência da pessoa
• Fazer com que a pessoa passe por constrangimento na frente de varias pessoas.
Esta última é sem dúvida a mais usada pelo programa, sempre colocando o Bola e as Panicats em situações de extrema exposição e humilhação. Essa banalização é freqüentemente aceita e tais comportamentos encorajados, que só reforça o que é errado e mostra de forma deformada de como se divertir.
O pior disso tudo é que isso acontece por fama e dinheiro. É a velha história daquela afirmação: “pagando bem, que mal tem!” Essa frase me faz lembrar da 3° lei de Newton – Ação e Reação, portanto, espero que as conseqüências destas ações não sejam tão ruins quantos alguns colegas Psicólogos profetizam.
sábado, 23 de abril de 2011
domingo, 20 de março de 2011
Psicologia e Religião
É importante saber que psicólogos e psicólogas não podem atuar, em suas práticas profissionais, a partir de suas crenças religiosas ou místicas. Terapeutas devem atentar para o fato de estarem diante de uma outra pessoa, a qual tem crenças e valores próprios que devem ser respeitados.
Esse tema está previsto no Código de Ética Profissional do Psicólogo, que veda a profissionais da Psicologia induzir a pessoa atendida à convicção religiosa, política, moral ou filosófica.
Assim, o/a psicólogo/a não deve discutir seus conceitos com seus clientes, para não incorrer numa postura inadequada que pode, inclusive, trazer danos psicológicos à uma pessoa atendida. Lembre-se: o que legitima a prática psicológica são as teorias psicológicas e não a religião.(texto do CRP)
Esse tema está previsto no Código de Ética Profissional do Psicólogo, que veda a profissionais da Psicologia induzir a pessoa atendida à convicção religiosa, política, moral ou filosófica.
Assim, o/a psicólogo/a não deve discutir seus conceitos com seus clientes, para não incorrer numa postura inadequada que pode, inclusive, trazer danos psicológicos à uma pessoa atendida. Lembre-se: o que legitima a prática psicológica são as teorias psicológicas e não a religião.(texto do CRP)
domingo, 13 de fevereiro de 2011
Diretrizes Éticas da Psicologia na Questão da Orientação Sexual
Em 1999, o Conselho Federal de Psicologia entrou para a história ao publicar a Resolução CFP n°01/99, que regulamenta a prática do psicólogo na questão da orientação sexual.
Dos considerandos da resolução, destacamos:
- A forma como cada um(a) vive a sexualidade faz parte de sua identidade;
- A homossexualidade não é doença, nem distúrbio e nem perversão, mas uma variante da orientação sexual, assim como a hetero e a bissexualidade;
- A psicologia pode e deve contribuir com seu conhecimento para o esclarecimento sobre as questões da sexualidade, permitindo a superação de preconceitos e discriminações;
A Resolução não impede os psicólogos de atenderem pessoas que queiram reduzir seu sofrimento psíquico causado por sua orientação sexual, seja ela homo ou heterossexual.
A proibição é claramente colocada na adoção de ações coercitivas tendentes à cura e na expressão de concepções que consideram a homossexualidade doença, distúrbio ou perversão.
Salientamos que a ética dos psicólogos é laica e, portanto, o exercício da profissão não pode ser confundido com crenças religiosas que os psicólogos por ventura professem.
Dos considerandos da resolução, destacamos:
- A forma como cada um(a) vive a sexualidade faz parte de sua identidade;
- A homossexualidade não é doença, nem distúrbio e nem perversão, mas uma variante da orientação sexual, assim como a hetero e a bissexualidade;
- A psicologia pode e deve contribuir com seu conhecimento para o esclarecimento sobre as questões da sexualidade, permitindo a superação de preconceitos e discriminações;
A Resolução não impede os psicólogos de atenderem pessoas que queiram reduzir seu sofrimento psíquico causado por sua orientação sexual, seja ela homo ou heterossexual.
A proibição é claramente colocada na adoção de ações coercitivas tendentes à cura e na expressão de concepções que consideram a homossexualidade doença, distúrbio ou perversão.
Salientamos que a ética dos psicólogos é laica e, portanto, o exercício da profissão não pode ser confundido com crenças religiosas que os psicólogos por ventura professem.
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Homofobia
Homofobia é definida como ódio aos homossexuais e por extensão a todos que manifestem orientação sexual ou identidade de gênero diferente dos padrões heterossexuais. A homofobia pode acontecer na forma de violência física, assédio moral ou perseguição. A ideia de uma cultura onde só é permitida a relação afetiva e sexual entre um homem e uma mulher é o que embasa o comportamento homofóbico. As pessoas vitimadas pela homofobia podem sofrer danos emocionais irreparáveis. No Brasil, as práticas homofóbicas são recorrentes atingindo milhares de brasileiros. Nós psicólogos nos colocamos veementemente contra a homofobia e apoiamos ações da sociedade civil no sentido de erradicar esta prática violenta da nossa cultura por meio de iniciativas que englobem: intervenções educativas, leis específicas e políticas públicas.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
O que é Transtono Desafiador Opositor ou TDO?
O Transtorno desafiador opositivo é um transtorno disruptivo caracterizado por atitudes inadequadas e comportamentos negativista, opositivos, desafiadores e hostis contra qualquer figura de autoridade como pais, familiares e professores.
Os sintomas principais e mais freqüentes são: perde a paciência com facilidade, discute com adultos, desafia e recusa-se a obedecer a solicitações ou regras dos adultos, provocam deliberadamente os outros, não se responsabiliza por seus erros, perece sempre enraivecido, ressentido, rancoroso e vingativo.
Segundo o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-IV) os sintomas devem estar presentes por pelo menos seis meses e deve haver clara evidencia de prejuízo significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional da criança ou adolescente. Os pacientes apresentam grande prejuízo em seu desempenho social, constantemente se envolvem em brigas e discussões, sendo, comumente rejeitados pelos colegas, e há comprometimento da auto-estima.
Os sintomas começam ainda na infância em torno dos 6 aos 8 anos e transtorno desafiador opositivo apresenta-se em numero expressivo dos casos como um percussor do transtorno de conduta, sendo a forma mais grave de transtorno disruptivo do comportamento.
O transtorno opositivo desafiador é mais comum em meninos do que meninas.Comumente se observa a presença de transtornos comorbidos como TDAH, transtorno do humor e transtorno ansiosos. A etiologia do transtorno desafiados opositivo não está bem estabelecida, entretanto portanto acredita-se que fatores genéticos associados ao contexto ambientais possam estar envolvidos. Não há tratamento farmacológico bem-estabelecido para transtorno opositivo desafiador (TOD), porem existem psicoterapias de diferentes orientações teóricas têm sido usadas para tratar transtornos disruptivos, mas o maior corpo de evidência disponível na literatura atribui eficácia para abordagens cognitivo-comportamentais. Programas de treinamento de pais tem sido à base dos tratamentos cognitivo-comportamentais para transtornos disruptivos de crianças e, mais recentemente, “resolução colaborativa de problemas” também se mostrou eficaz.
O tratamento cognitivo comportamental consiste em ensinar aos pais o que modula o comportamento das crianças e influencia a chance dele ocorrer novamente. Além disso, ensina uma série de técnicas comportamentais envolvendo uso de atenção diferenciada, sistemas de remuneração e de restrições de remuneração, além de planejamento de situações de potencial confronto, entretanto é essencial verificar se as estratégias terapêuticas são eficientes para alterar os riscos de longo prazo de TDO, especialmente seu maior risco de transtorno de conduta. Se eles se comprovarem úteis para melhorar o prognóstico podem ser utilizados como uma medida de prevenção secundária para TC, que é um transtorno muito difícil de ser tratado.
Texto: Luiz Fernando D. de Oliveira
Os sintomas principais e mais freqüentes são: perde a paciência com facilidade, discute com adultos, desafia e recusa-se a obedecer a solicitações ou regras dos adultos, provocam deliberadamente os outros, não se responsabiliza por seus erros, perece sempre enraivecido, ressentido, rancoroso e vingativo.
Segundo o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-IV) os sintomas devem estar presentes por pelo menos seis meses e deve haver clara evidencia de prejuízo significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional da criança ou adolescente. Os pacientes apresentam grande prejuízo em seu desempenho social, constantemente se envolvem em brigas e discussões, sendo, comumente rejeitados pelos colegas, e há comprometimento da auto-estima.
Os sintomas começam ainda na infância em torno dos 6 aos 8 anos e transtorno desafiador opositivo apresenta-se em numero expressivo dos casos como um percussor do transtorno de conduta, sendo a forma mais grave de transtorno disruptivo do comportamento.
O transtorno opositivo desafiador é mais comum em meninos do que meninas.Comumente se observa a presença de transtornos comorbidos como TDAH, transtorno do humor e transtorno ansiosos. A etiologia do transtorno desafiados opositivo não está bem estabelecida, entretanto portanto acredita-se que fatores genéticos associados ao contexto ambientais possam estar envolvidos. Não há tratamento farmacológico bem-estabelecido para transtorno opositivo desafiador (TOD), porem existem psicoterapias de diferentes orientações teóricas têm sido usadas para tratar transtornos disruptivos, mas o maior corpo de evidência disponível na literatura atribui eficácia para abordagens cognitivo-comportamentais. Programas de treinamento de pais tem sido à base dos tratamentos cognitivo-comportamentais para transtornos disruptivos de crianças e, mais recentemente, “resolução colaborativa de problemas” também se mostrou eficaz.
O tratamento cognitivo comportamental consiste em ensinar aos pais o que modula o comportamento das crianças e influencia a chance dele ocorrer novamente. Além disso, ensina uma série de técnicas comportamentais envolvendo uso de atenção diferenciada, sistemas de remuneração e de restrições de remuneração, além de planejamento de situações de potencial confronto, entretanto é essencial verificar se as estratégias terapêuticas são eficientes para alterar os riscos de longo prazo de TDO, especialmente seu maior risco de transtorno de conduta. Se eles se comprovarem úteis para melhorar o prognóstico podem ser utilizados como uma medida de prevenção secundária para TC, que é um transtorno muito difícil de ser tratado.
Texto: Luiz Fernando D. de Oliveira
domingo, 21 de novembro de 2010
Quando e Por Que Fazer Terapia?
Por que procurar um psicólogo? Quando deve ocorrer? Todos precisam de terapia?
Não considerando casos extremos onde a busca é inevitável por uma série de contingências que rodeiam algumas pessoas, como responder às questões acima, tão comuns na vida de quem abraça esta profissão? Por ser rotineiramente abordada sobre este tema, principalmente em situações "não clínicas" ( o clima descompromissado permite mais facilmente esta "investigação"), decidi fazer algumas pontuações, mesmo que de maneira extremamente sucinta e superficial. Tento aqui responder à curiosidade que cerca um bom número de pessoas que apesar de se sentirem atraídas, não tiveram movimento de busca ou por inibição, ou por não terem conhecimentos mínimos do que seja.
Sendo assim...
Quando as coisas se confundem...
Quando a infelicidade parecer ser maior do que a que podemos suportar...
Quando cremos que o destino nos prega peças...
Quando nos sentimos vítimas das situações que nos envolvem...
Quando nos percebemos excessivamente queixosos...
Quando atribuímos a outros a responsabilidade que é nossa...
Quando sentimos desconforto emocional...parece nada estar bom...
Quando não percebemos que podemos optar...
Quando não percebemos nossa impotência...
Quando sofremos perdas significativas...
...creio que a decisão de buscar um processo terapêutico seja bastante acertado.
"Mas a psicóloga não vai resolver o meu problema..."
.É correto. No entanto, é esperado que este indivíduo descubra junto a este trabalho clínico, não só caminhos alternativos como também que passe a enxergar a problemática de uma outra maneira, sem tanta dor. Conseguir ver o outro lado da moeda faz com que as pessoas redimensionem a situação e com isto passem a lidar com ela de maneira menos extenuante.
"Isto é coisa para louco e eu não sou..."
Argumentos deste tipo ainda, infelizmente existem. Geralmente acompanham pessoas que além de serem radicais, tem sua vida pautada naquilo que o outro vai pensar. Estão presas a estereótipos consagrados por uma cultura ultrapassada. Muitas vezes são os que mais precisaria deste tipo de ajuda.
"Eu não preciso deste tipo de auxílio; eu sei lidar com a vida...",
Mesmo que apresente alterações de humor, visíveis pelas pessoas que com ela convivem. Mostram temor em se expor, em serem vistas; trata-se de pessoas que tem muito medo de si mesmo, fantasiando culpas e, portanto punições. Não conseguem perceber como esta onipotência é pesada.
Verdades cristalizadas, sustentadas e perpetuadas, absorvidas no seio familiar, nunca repensadas são, muitas vezes as causadoras de transtornos emocionais que serão minimizadas, clarificadas, atenuadas ou resolvidas através do conhecimento de si próprio, através do diálogo consigo mesmo, intermediado e traduzido pela figura do terapeuta; o refletir, o voltar-se para "dentro", o buscar as razões, embora algumas vezes dolorido (outras vezes gratificantes), traz a tona aspectos até então adormecidos mas nem por isto menos atuantes. A constatação mais evidente desta situação são as tão faladas doenças psico-somáticas; aparecem sob forma orgânica como mais um aviso de que as coisas não vão bem.
Quero enfatizar que embora tenha pontuado alguns exemplos quase que a justificar o envolvimento com o processo terapêutico, o grande objetivo deste trabalho é o crescimento pessoal que fatalmente vem em decorrência auto-conhecimento, independente de ter-se ou não alguma queixa específica.
É através do relato oral projetando o pensamento ( que deve estar carregado de emoção), que se chega a descobertas. O sentir, o reviver, o trazer para dentro do consultório, episódios eleitos pelo próprio indivíduo faz com que pouco a pouco se inicie a discriminação e o reconhecimento interior, tão necessários para a saúde mental; o entrar em contato com nossas "coisas", com nossos conflitos, nem sempre é "leve" mas com certeza é passar a conviver com as verdades, tão fundamental para o real fortalecimento.
O ter para si a "posse" daquele horário e local onde tem-se o direito de ser por inteiro, falar o que quiser, explorar temas escolhidos, buscar fundamentos, falar e aprender a ouvir a própria voz numa interação de empatia com o terapeuta, o ter o espaço próprio, diante de tanta solicitação da vida, é uma situação não só gratificante como enriquecedora.
Por ser um trabalho pessoal, o vínculo só se concretizará, só se estabelecerá propiciando mudanças, se a entrega real, verdadeira, se a opção vier de foro íntimo e não cumprindo "ordens" de parentes bem intencionados que sugeriram este tipo de tratamento. Evidentemente que colhemos opiniões aqui e acolá mas que estes argumentos tenham servido para convencer sinceramente e não como alguns casos que dão este passo para livrar-se de tantos "palpites" trazendo no seu bojo a resistência e a descrença; neste caso a busca é infrutífera. É a pessoa que tem que querer, ninguém mais, pois o desejo é do outro e não dele mesmo. Há necessidade ímpar de disponibilidade interna.
O investimento em nós mesmos é não só um direito como um dever que todos temos pois, ao passarmos por exemplo, da autocomiseração, da fragilidade, do choro lamentoso, da pseudo-alegria ou simplesmente da situação rotineira e comum para um estado emocional realmente fortalecido, passamos a atingir aqueles que nos rodeiam de maneira também positiva e criativa.
É por este motivo por exemplo que não são raros os casos de encaminhamento para terapia a mãe ou o pai ao invés do filho que está apresentando algum problema. Identificou-se neste caso o quanto são os pais os geradores destes conflitos que despejaram nos filhos suas angústias, seus temores, seus anseios, suas expectativas.
Sentimentos tais como inveja, rejeição, raiva, tão comuns nas relações familiares, por serem condenados na nossa cultura, geralmente são negados sendo, por conta disto canalizados de forma distorcida gerando irritação, autoritarismo, ausência de compreensão. O nível de exigência entre marido e mulher são também muitas vezes o causador de discórdias conjugais pois é difícil aceitar do outro o que ele pode dar e não o que eu quero que ele dê; este é um caso que tipifica a confusão emocional por ignorarem que são pessoas diferentes embora haja forte afeto; são aqueles casos que se sustentam pela cobrança e queixa no dia a dia: "...você poderia ter trazido... você poderia ter se lembrado..." ficando o estabelecido, sempre neste tempo verbal (poderia, gostaria) acompanhado do complemento "...se você gostasse... se você quisesse..."
Renunciar as próprias vontades significa renunciar a si mesmo e, quando "acordamos", percebemos que somos muito mais fruto daquilo que pensam que somos do que aquilo que realmente somos.
O assunto é extensíssimo e muitos outros fatores poderiam ser abordados. Jamais teria a pretensão de esgotá-lo. Ficam registrados aqui apenas uns poucos enfoques ilustrativos como pinceladas dentro de um trabalho desafiante.
Comecei com perguntas e termino com elas:
Quem é você além dos diversos papéis que desenvolve (pai, mãe, filho, namorado, profissional, amigo...)? Diante de todo este emaranhado, você consegue se olhar?
Texto de Eneida Souza Cintra
Não considerando casos extremos onde a busca é inevitável por uma série de contingências que rodeiam algumas pessoas, como responder às questões acima, tão comuns na vida de quem abraça esta profissão? Por ser rotineiramente abordada sobre este tema, principalmente em situações "não clínicas" ( o clima descompromissado permite mais facilmente esta "investigação"), decidi fazer algumas pontuações, mesmo que de maneira extremamente sucinta e superficial. Tento aqui responder à curiosidade que cerca um bom número de pessoas que apesar de se sentirem atraídas, não tiveram movimento de busca ou por inibição, ou por não terem conhecimentos mínimos do que seja.
Sendo assim...
Quando as coisas se confundem...
Quando a infelicidade parecer ser maior do que a que podemos suportar...
Quando cremos que o destino nos prega peças...
Quando nos sentimos vítimas das situações que nos envolvem...
Quando nos percebemos excessivamente queixosos...
Quando atribuímos a outros a responsabilidade que é nossa...
Quando sentimos desconforto emocional...parece nada estar bom...
Quando não percebemos que podemos optar...
Quando não percebemos nossa impotência...
Quando sofremos perdas significativas...
...creio que a decisão de buscar um processo terapêutico seja bastante acertado.
"Mas a psicóloga não vai resolver o meu problema..."
.É correto. No entanto, é esperado que este indivíduo descubra junto a este trabalho clínico, não só caminhos alternativos como também que passe a enxergar a problemática de uma outra maneira, sem tanta dor. Conseguir ver o outro lado da moeda faz com que as pessoas redimensionem a situação e com isto passem a lidar com ela de maneira menos extenuante.
"Isto é coisa para louco e eu não sou..."
Argumentos deste tipo ainda, infelizmente existem. Geralmente acompanham pessoas que além de serem radicais, tem sua vida pautada naquilo que o outro vai pensar. Estão presas a estereótipos consagrados por uma cultura ultrapassada. Muitas vezes são os que mais precisaria deste tipo de ajuda.
"Eu não preciso deste tipo de auxílio; eu sei lidar com a vida...",
Mesmo que apresente alterações de humor, visíveis pelas pessoas que com ela convivem. Mostram temor em se expor, em serem vistas; trata-se de pessoas que tem muito medo de si mesmo, fantasiando culpas e, portanto punições. Não conseguem perceber como esta onipotência é pesada.
Verdades cristalizadas, sustentadas e perpetuadas, absorvidas no seio familiar, nunca repensadas são, muitas vezes as causadoras de transtornos emocionais que serão minimizadas, clarificadas, atenuadas ou resolvidas através do conhecimento de si próprio, através do diálogo consigo mesmo, intermediado e traduzido pela figura do terapeuta; o refletir, o voltar-se para "dentro", o buscar as razões, embora algumas vezes dolorido (outras vezes gratificantes), traz a tona aspectos até então adormecidos mas nem por isto menos atuantes. A constatação mais evidente desta situação são as tão faladas doenças psico-somáticas; aparecem sob forma orgânica como mais um aviso de que as coisas não vão bem.
Quero enfatizar que embora tenha pontuado alguns exemplos quase que a justificar o envolvimento com o processo terapêutico, o grande objetivo deste trabalho é o crescimento pessoal que fatalmente vem em decorrência auto-conhecimento, independente de ter-se ou não alguma queixa específica.
É através do relato oral projetando o pensamento ( que deve estar carregado de emoção), que se chega a descobertas. O sentir, o reviver, o trazer para dentro do consultório, episódios eleitos pelo próprio indivíduo faz com que pouco a pouco se inicie a discriminação e o reconhecimento interior, tão necessários para a saúde mental; o entrar em contato com nossas "coisas", com nossos conflitos, nem sempre é "leve" mas com certeza é passar a conviver com as verdades, tão fundamental para o real fortalecimento.
O ter para si a "posse" daquele horário e local onde tem-se o direito de ser por inteiro, falar o que quiser, explorar temas escolhidos, buscar fundamentos, falar e aprender a ouvir a própria voz numa interação de empatia com o terapeuta, o ter o espaço próprio, diante de tanta solicitação da vida, é uma situação não só gratificante como enriquecedora.
Por ser um trabalho pessoal, o vínculo só se concretizará, só se estabelecerá propiciando mudanças, se a entrega real, verdadeira, se a opção vier de foro íntimo e não cumprindo "ordens" de parentes bem intencionados que sugeriram este tipo de tratamento. Evidentemente que colhemos opiniões aqui e acolá mas que estes argumentos tenham servido para convencer sinceramente e não como alguns casos que dão este passo para livrar-se de tantos "palpites" trazendo no seu bojo a resistência e a descrença; neste caso a busca é infrutífera. É a pessoa que tem que querer, ninguém mais, pois o desejo é do outro e não dele mesmo. Há necessidade ímpar de disponibilidade interna.
O investimento em nós mesmos é não só um direito como um dever que todos temos pois, ao passarmos por exemplo, da autocomiseração, da fragilidade, do choro lamentoso, da pseudo-alegria ou simplesmente da situação rotineira e comum para um estado emocional realmente fortalecido, passamos a atingir aqueles que nos rodeiam de maneira também positiva e criativa.
É por este motivo por exemplo que não são raros os casos de encaminhamento para terapia a mãe ou o pai ao invés do filho que está apresentando algum problema. Identificou-se neste caso o quanto são os pais os geradores destes conflitos que despejaram nos filhos suas angústias, seus temores, seus anseios, suas expectativas.
Sentimentos tais como inveja, rejeição, raiva, tão comuns nas relações familiares, por serem condenados na nossa cultura, geralmente são negados sendo, por conta disto canalizados de forma distorcida gerando irritação, autoritarismo, ausência de compreensão. O nível de exigência entre marido e mulher são também muitas vezes o causador de discórdias conjugais pois é difícil aceitar do outro o que ele pode dar e não o que eu quero que ele dê; este é um caso que tipifica a confusão emocional por ignorarem que são pessoas diferentes embora haja forte afeto; são aqueles casos que se sustentam pela cobrança e queixa no dia a dia: "...você poderia ter trazido... você poderia ter se lembrado..." ficando o estabelecido, sempre neste tempo verbal (poderia, gostaria) acompanhado do complemento "...se você gostasse... se você quisesse..."
Renunciar as próprias vontades significa renunciar a si mesmo e, quando "acordamos", percebemos que somos muito mais fruto daquilo que pensam que somos do que aquilo que realmente somos.
O assunto é extensíssimo e muitos outros fatores poderiam ser abordados. Jamais teria a pretensão de esgotá-lo. Ficam registrados aqui apenas uns poucos enfoques ilustrativos como pinceladas dentro de um trabalho desafiante.
Comecei com perguntas e termino com elas:
Quem é você além dos diversos papéis que desenvolve (pai, mãe, filho, namorado, profissional, amigo...)? Diante de todo este emaranhado, você consegue se olhar?
Texto de Eneida Souza Cintra
domingo, 12 de setembro de 2010
O que é Empatia?
Vivemos em sociedade! É um fato, portanto, passamos grande parte de nossas vidas cercados por outras pessoas, interagindo e dividindo nosso tempo e espaço com elas, por isso, seria muito importante que as pessoas se conscientizassem da necessidade de desenvolverem a capacidade para reconhecer ou compreender o estado de espírito ou a emoção do outro. Muitas vezes, é caracterizada como a capacidade de “colocar-se na pele da outra pessoa”, ou, de algum modo, a experiência das vivencias ou emoções de outro ser dentro de si mesmo.
É importante observar que a empatia não deve ser confundida com compaixão, pois tal sentimento pode ser descrito como uma compreensão do estado emocional de outrem, ou seja, compaixão tem seu foco primário no alivio da dor e sofrimento alheios.
A palavra empatia é derivada do grego “físico, carinho, paixão, parcialidade” e “sensação”. O termo foi adaptado por Teodoro Lipps para criar a palavra Einfühlung alemão ( “feeling em”).
A empatia, ou estado empático, consiste em perceber corretamente através da observação a referência interna do outro com os significados e componentes emocionais que contém, como se fosse a outra pessoa, porém sem perder nunca essa condição de “como se”. A empatia implica, por exemplo, sentir a dor ou o prazer do outro como ele o sente e perceber suas causas como ele a percebe, porém sem perder nunca de vista que se trata da dor ou do prazer do outro. Se esta condição de “como se” está presente, nos encontramos diante de um caso de identificação.
Além disso, tal identificação deve simplesmente reconhecer as suas emoções através da imagem daquilo que vemos. A capacidade de imaginar-se como uma outra pessoa é um sofisticado processo imaginativo. No entanto, a capacidade de reconhecer emoções básicas provavelmente é inata e pode ser alcançado sem querer. Ainda que possa ser treinado, bem conseguida com vários graus de intensidade ou de precisão.
A capacidade humana para reconhecer as sensações corporais de outro está relacionado com cada significado dessas expressões corporais envolvidas,o que torna o fator cultural muito importante nesta capacidade inata para associar os movimentos corporais e expressões faciais, que uma pessoa vê na outra, produzindo os correspondentes movimentos ou expressões de si mesmo . Os seres humanos também parecem fazer a mesma ligação imediata entre o tom de voz e outras expressões vocais e de sentimento interior.
A empatia exige mais do que simplesmente reconhecer no outro, o estado emocional pelo qual ele passa.É necessário que estado empático seja colocado em prática para melhorar o convívio em sociedade, através de ações generosas e compreensivas.
Elaborado por:Luiz Fernando D. Oliveira
É importante observar que a empatia não deve ser confundida com compaixão, pois tal sentimento pode ser descrito como uma compreensão do estado emocional de outrem, ou seja, compaixão tem seu foco primário no alivio da dor e sofrimento alheios.
A palavra empatia é derivada do grego “físico, carinho, paixão, parcialidade” e “sensação”. O termo foi adaptado por Teodoro Lipps para criar a palavra Einfühlung alemão ( “feeling em”).
A empatia, ou estado empático, consiste em perceber corretamente através da observação a referência interna do outro com os significados e componentes emocionais que contém, como se fosse a outra pessoa, porém sem perder nunca essa condição de “como se”. A empatia implica, por exemplo, sentir a dor ou o prazer do outro como ele o sente e perceber suas causas como ele a percebe, porém sem perder nunca de vista que se trata da dor ou do prazer do outro. Se esta condição de “como se” está presente, nos encontramos diante de um caso de identificação.
Além disso, tal identificação deve simplesmente reconhecer as suas emoções através da imagem daquilo que vemos. A capacidade de imaginar-se como uma outra pessoa é um sofisticado processo imaginativo. No entanto, a capacidade de reconhecer emoções básicas provavelmente é inata e pode ser alcançado sem querer. Ainda que possa ser treinado, bem conseguida com vários graus de intensidade ou de precisão.
A capacidade humana para reconhecer as sensações corporais de outro está relacionado com cada significado dessas expressões corporais envolvidas,o que torna o fator cultural muito importante nesta capacidade inata para associar os movimentos corporais e expressões faciais, que uma pessoa vê na outra, produzindo os correspondentes movimentos ou expressões de si mesmo . Os seres humanos também parecem fazer a mesma ligação imediata entre o tom de voz e outras expressões vocais e de sentimento interior.
A empatia exige mais do que simplesmente reconhecer no outro, o estado emocional pelo qual ele passa.É necessário que estado empático seja colocado em prática para melhorar o convívio em sociedade, através de ações generosas e compreensivas.
Elaborado por:Luiz Fernando D. Oliveira
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